As temperaturas mais baixas e a escassez de chuva podem desencadear doenças respiratórias, além de prejudicar a qualidade da pele
Durante as estações mais frias do ano, como outono e inverno, a umidade do ar fica mais baixa e as temperaturas em queda levam à diminuição da transpiração corporal. Por causa desse fator, a pele fica mais seca. Além disso, nesta época, é comum que algumas crises alérgicas apareçam, justamente pelo tempo seco e pela falta de umidade. Gripes, resfriados, crises de rinites, sinusite e bronquite são propícias a surgirem nestas estações.
A pele do rosto e do corpo fica ressecada tornando-se esbranquiçada pela desnaturação da proteína durante o inverno. Doenças como Dermatite seborreica, Dermatite atópica, Psoríase e Ictiose vulgar, podem ser desencadeadas ou agravadas neste período.
“No frio, ingerimos menos líquidos, tomamos banhos mais quentes e não utilizamos hidratantes adequadamente, removendo o manto lipídico que retém a umidade da pele provocando um maior ressecamento de pele, tornando-a mais propícia para dermatites, infecções fúngicas e bacterianas”, afirma a médica dermatologista, Dra. Adriana Kono, da Clínica Hormone, em Bauru.
A alimentação é fundamental para uma pele mais saudável e hidratada. É necessário o consumo de frutas, verduras, legumes e sementes, tais como laranja, limão, mexerica, morango, amêndoas, nozes, brócolis, repolho, cenoura, soja, entre outros. Estes alimentos contêm antioxidantes que neutralizam os radicais livres, promovendo assim o rejuvenescimento como melhora da elasticidade e hidratação da pele.
“A alimentação saudável previne o envelhecimento e outros danos à saúde como a obesidade, hipertensão, dislipidemia e diabetes. É importante beber pelo menos 2 litros de água por dia, podendo também tomar chás, sucos e vitaminas, evitar banhos quentes e prolongados, não utilizar esponjas, não esfoliar a pele, utilizar um hidratante adequado diariamente após o banho e com a pele úmida, pois ocorre melhor penetração do creme e sempre reaplicar quando sentir a pele seca. É importante não se esquecer dos lábios, mãos, cotovelos, joelhos e pés, que podem ressecar muito com o frio”, recomenda a dermatologista, Adriana Kono.
Alguns hábitos diários e saudáveis como a alimentação balanceada, hidratação e fotoproteção podem contribuir para a qualidade da pele durante o inverno, onde à atenção deve ser redobrada em relação aos cuidados necessários para que se previna o ressecamento, envelhecimento, rachaduras e dermatites.
“O inverno é um excelente período para manter a pele saudável, pois conseguimos evitar a exposição solar. O clima é adequado para tratamento de manchas como sardas, melasma, cicatrizes de acne, rugas, estrias, poros abertos e ceratoses actínicas, que são lesões pré-cancerígenas. Os tratamentos mais indicados são o peeling, laser, microagulhamento, botox e preenchimento. Estes procedimentos promovem a harmonização facial, suavizando rugas com naturalidade”, destaca a dermatologista.
O peeling químico é um tratamento rápido, acessível e eficaz para este período, pois promove uma esfoliação química e remodelação do colágeno. No peeling superficial, ocorre uma descamação fina que não atrapalha a rotina do paciente, podendo voltar às atividades diárias no dia seguinte.
No peeling médio, ocorrem crostas escuras e a descamação completa acontece entre 7 a 15 dias. Já no peeling profundo, há necessidade de curativo ocorrendo à formação de crostas e exsudação, com a recuperação podendo levar até um mês. A indicação será de acordo com a necessidade de cada paciente. O preparo pré-peeling é importante para a pele reagir de forma mais rápida. O resultado é satisfatório, promovendo aspecto de pele saudável e com viço.
Atenção às alergias
Rinite e asma alérgicas são doenças respiratórias crônicas prevalentes na população brasileira. Portanto, vemos muitas pessoas sofrerem com estes sintomas no dia a dia, o que leva a limitações para atividades físicas, desempenho de suas funções no trabalho e escola, além de promover um sono ruim com muita sonolência diurna e irritabilidade. A preocupação se torna ainda maior nas estações do outono e inverno, pois o clima favorece para que haja um número maior de crises, acarretando piora dos sintomas, procura frequente de serviços médicos de emergência e riscos de complicações.
O inverno é uma estação propícia para as exacerbações das alergias respiratórias. Alguns fatores responsáveis para as crises são: variação climática, o fato de permanecermos por mais tempo em ambientes fechados e aglomerados para evitarmos o frio, promovendo menor circulação de ar e maiores riscos da transmissão do vírus que circula em grande quantidade nesta época do ano.
“Com a chegada do inverno aumentam as chances da gravidade das doenças alérgicas como rinite, asma, conjuntivite e dermatite atópica, devido à queda da temperatura e da umidade do ar. Essas mudanças climáticas alteram o funcionamento das vias aéreas, ressecando as mesmas e reduzindo os batimentos ciliares, diminuindo o fluxo sanguíneo e aumentando a resistência ao fluxo aéreo. As infecções virais são responsáveis por grande parte das exacerbações das alergias respiratórias”, explica a médica alergista-imunologista, Dra. Denise B. Borges, da Clínica Hormone.
A exposição aos alérgenos ambientais também é um desencadeador para as crises e, portanto, são necessários cuidados contra os fungos, ácaros, poeira, pelos, saliva de animais domésticos, mofo, bolor, entre outros desencadeadores alergênicos. Roupas, cobertores e outros itens que são utilizados no frio, muitas vezes ficam guardados e acabam acumulando ácaros e fungos que estão na poeira. Ao utilizá-los, caso não sejam lavados, a poeira pode provocar o agravamento de crises alérgicas.
“Devemos manter os cuidados básicos de higiene pessoal evitando a transmissão de vírus, assim como permanecer com a vacinação em dia, ou seja, a imunização anual contra influenza. Também é recomendado manter os cuidados de higiene ambiental para minimizar exposição aos alérgenos como ácaros, fungos e epitélios de animais. É importante retirar para lavar e tomar sol toda a roupa de inverno, tanto de uso pessoal, como roupas de cama. Para os pacientes alérgicos, é importante manter higiene nasal com soro fisiológico e o tratamento profilático indicado pelo seu médico”, recomenda a alergista-imunologista.
Atualmente existem tratamentos disponíveis para que o paciente alérgico não sofra tanto com as mudanças climáticas e variações sazonais. “O paciente deve ser avaliado pelo médico e será indicado o tratamento de acordo com os sintomas, considerando-se a gravidade e frequência dos mesmos. Pode ser indicado o tratamento para a crise aguda e mantido tratamento profilático para os casos de sintomas persistentes. Essa orientação é individualizada para cada caso. As doenças respiratórias alérgicas são doenças crônicas e não têm cura, mas com uma boa avaliação médica e tratamento adequado, é possível manter os sintomas controlados e garantir ao paciente uma boa qualidade de vida”, destaca a médica, Dra. Denise B. Borges.
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