Veja causas, tratamento e problemas associados ao Diabetes


A doença pode gerar graves problemas à saúde caso não seja controlada

No dia 14 de novembro será lembrado o Dia Mundial do Diabetes, data criada em 1991 pela Organização Mundial da Saúde. Segundo estimativas da Federação Internacional de Diabetes, existem atualmente cerca de 285 milhões de diabéticos no planeta (6,4% fazem parte da população adulta) e esse número poderá aumentar para 440 milhões até 2030. O aumento do Diabetes Mellitus se deve à maior longevidade de pessoas associadas a uma piora nos hábitos de vida com crescente consumo de gorduras saturadas, sedentarismo e obesidade.

O Diabetes Mellitus representa um grupo de doenças metabólicas, com etiologias diversas, caracterizado por aumento da glicose através de uma secreção deficiente de insulina pelas células beta, resistência periférica à ação da insulina ou ambas. Os principais tipos de diabetes são do Diabetes Mellitus tipo 1 e tipo 2, mas também existem outros tipos como o diabetes gestacional, medicamentoso e MODY.

“O Dm1 caracteriza-se por deficiência absoluta na produção de insulina, decorrente, na grande maioria dos casos, de uma destruição autoimune das células Beta do pâncreas. Já o Dm2 está relacionado com histórico familiar/predisposição genética associada aos hábitos inadequados, como o aumento do peso e sedentarismo, o que geram uma resistência à insulina produzida pelo organismo, fazendo então surgir a doença’’, descreve o médico endocrinologista, Dr. José Henrique Castro.

Qualquer pessoa que faça parte dos grupos de risco como obesos, sedentários, pessoas com diagnóstico de intolerância à glicose, mulheres com história de Diabetes gestacional, e histórico familiar de diabetes, correm o risco de desenvolverem a doença.

“A Dm2 é responsável por 85% a 90% de todos os casos de Diabetes, surgindo habitualmente após os 40 anos de idade e a maioria dos pacientes, cerca de 80%, são obesos. Contudo, o acometimento de adultos mais jovens, até mesmo crianças e adolescentes vem aumentando devido ao aumento da obesidade infantil. Aproximadamente 70% a 90% dos pacientes com Diabetes Mellitus 2 têm também a chamada “Síndrome Metabólica”, caracterizada por obesidade abdominal, resistência insulínica, tolerância alterada à glicose ou Diabetes, dislipidemia e hipertensão”, destaca a médica endocrinologista, Dra. Paula Ribeiro Sacuma.

O tratamento do Diabetes evoluiu muito nas últimas décadas com o surgimento de novas insulinas, bombas de insulina, novos medicamentos orais e injetáveis que também auxiliam no emagrecimento, sensores para medir a glicemia sem a necessidade de furar os dedos, conferindo menos efeitos colaterais e uma melhor qualidade de vida aos pacientes.

“Além dos medicamentos, é recomendado que o paciente também realize atividades físicas, siga uma alimentação adequada e faça acompanhamento periódico com um endocrinologista. Caso o paciente não faça o controle, a doença pode ser fatal, levando ao óbito e também gerando complicações irreversíveis como cegueira, insuficiência renal, amputações, neuropatia e disfunção erétil”, ressalta o endocrinologista, Dr. José Henrique Castro.

É preciso cuidado!

A atenção com o tratamento do Diabetes precisa ser intensa. Os hábitos alimentares são necessários para que não ocorram problemas derivados da doença. Algumas pessoas não sabem, mas o Diabetes Mellitus pode gerar problemas com a visão e saúde bucal.  A retinopatia diabética é uma complicação da Diabetes que afeta os olhos, especialmente a retina, que é uma membrana localizada na parte trás do olho e tem a função de transformar a luz do mundo em imagens. Na doença, os vasos sanguíneos localizados nesta região sofrem alguns danos.

“Exames periódicos semestrais ou anuais como fundo de olho e mapeamento de retina são algumas das formas de prevenção da retinopatia diabética. Para o tratamento, existe o controle de base que é a principal forma. Depois disso, temos a utilização do laser, aplicações de medicamentos que melhoram a absorção das hemorragias e a retinopatia proliferativa cirúrgica”, destaca o médico oftalmologista, Dr. Tomas Sacuma.

Outro problema decorrente do Diabetes não controlado está relacionado com a saúde bucal. Alguns problemas bucais podem surgir, como a doença gengival, candidíase, boca seca que pode causar aftas, úlceras, infecções e cáries. “Se os níveis de glicose no sangue não forem bem controlados, o diabético tem maior chance de desenvolver doença gengival avançada e de perder dentes quando comparado a pessoas que não têm Diabetes”, alerta o cirurgião-dentista, Dr. Fausto Sacuma.

Práticas alimentares

Pessoas com Diabetes necessitam de cuidados na alimentação. Por conta disso, informações nutricionais são importantes para a prevenção. É necessário compreender que as práticas alimentares podem interferir na doença. O consumo excessivo de determinados alimentos ou a falta de equilíbrio entre carboidratos e proteínas geram impactos na saúde do paciente.

“Um alimento pode ser saudável, mas o excesso já não é. Inserir as gorduras boas, fonte de ômega 3, salmão, sardinha, chia, linhaça, castanhas e nozes são ótimas opções para manutenção de saúde e glicemia. Porém, o excesso não é recomendado, pois são calóricos e podem contribuir com o aumento de peso corporal”, explica a nutricionista, Denise Real.

Cuidados com os pés

O pé diabético é um problema de saúde que surge em decorrência do Diabetes Melittus. O problema é causado por uma ferida que não cicatriza e infecciona, tornando-se uma úlcera diabética. A condição é causada por problemas em relação à ordem circulatória, quando a glicemia não é controlada da maneira correta.

Micose, dormência nos pés, rachaduras no calcanhar, formigamento e dores são alguns dos sintomas do pé diabético. Além da má circulação sanguínea, é comum ocorrer a perda da sensibilidade na região dos pés por conta da neuropatia, ou seja, acometimento dos nervos periféricos.

Qualquer infecção pode ter seu efeito agravado e, se não tratada adequadamente, pode evoluir para a necessidade de amputação do membro envolvido. A melhor forma de prevenção é o controle do Diabetes, mas o tratamento pode envolver o uso de antibióticos, pomadas antimicrobianas no local afetado e curativos nas feriadas sob recomendação médica. 

Voltar